A gente perde tempo esperando ele passar.

Inicio esse texto  com receios, tento sempre descrever em meus textos  o que restou , mas de tantos, esse tem sido o mais especifico.
Pode-se dizer que você me inspira,  quer dizer, não exatamente você, mas o que faço e fiz sempre foi uma maneira de "chorar pelos dedos" o que vivenciei pós maio, a espera me proporcionou muitas escritas.
Sabe, o tempo não se apagou, ou como falar que algo apagou, se o tempo não para? O tempo é feito por nós, se eu quiser que ele ande mais rápido ele anda! Por exemplo as nossas tardes juntos, se passavam depressa por que era algo bom de viver, quando nossa inocência ainda existia e a essência era sentida, mas o tempo demorava a passar quando estávamos distantes, não era o tempo, éramos nós...
Mas conforme o tempo foi se passando o tempo atual colocou empecilhos para nossa atração atual, em momentos confusos lembro-me desse tempo com carinho, nossos dias, nossas tardes, quando não éramos nada do que somos hoje, quando éramos tudo o que precisávamos ser, quando éramos um abraço ou uma cabaninha, um carinho ou um beijinho de baicacu... e no entanto arruinamos tudo nos excedendo, arruinamos cada reticencia transformando-as em ponto final.
Essa é a parte que não existem mais linhas, me obrigo a continuar uma carta vazia, não existe mais nada real entre nós que me faça crer e querer levar adiante, tento espremer as lágrimas que me restam, mas graças ao meu bom Deus e a alguns amigos elas secaram, como diria Drummond:

"Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram...
E o coração está seco.”

E nesse meio tempo entre o amor e a seca, aprendi a te desejar um futuro novo, belo, com cenários interessantes, com despedidas saudáveis, tudo feito sob medida pra mim, pra você, sem retorno, sem culpa.


J.A (Baunilatte)